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Por Ana Paula Kwitko

quinta-feira, 9 de maio de 2013

BIFE COM MASSA PÓS ACAMPAMENTO - Airton Kwitko


Sábado. Julia foi para uma excursâo / acampamento. Saiu de Bellaterra e foi para o monte Montserrat. Aliás, acho que dizer “monte Montserrat” é redundancia, mas vai assim mesmo. Esse local é mágico naEspanha: ao menos por ser o responsável pela metade dos nomes femininos - as Montses. A outra metade são as Marias. A outra metade é composta pelos outros nomes. A Espanha é célebre por tudo aqui ter 3 metades.
 No sábado à noite preparei uma carne com massa, para mim e Ana Paula. Dizendo assim, revelo uma faceta de minha personalidade que até então estava oculta: a modéstia. Não foi SÓ uma carne com massa: foi isso e mais que isso, se consigo explicar. Seja o que for não gostei. Tenho a Sindrome da Paulina, e por isso quase tudo que cozinho não está bem.  
Domingo a tarde Julia voltou, exausta. Na véspera, dormiu em uma quadra poli-esportiva, na arquibancada, e caminhou muito essa manhã; subiu o Montserrat. Como estavamos com um sentimento de culpa por ter feito o jantar de ontem sem ela, resolvi(emos) (melhor: fui resolvido) a repetir o prato. Assim, tipo “melhores momentos”.
Eis ai:
1º - Fritei em uma grande frigideira (só usei ela para quase tudo) alho em laminas em um fiapo de oleo. Quando douradas, reservei.
2º - Idem para cubos de jamon. Reservei.
3º - Idem para brocolis em pedaços, com pouco caule. Reservei.
4º - Idem para cebola roxa em fatias largas, que deixei na frigideira.
5º - Bati, com o batedor que era de minha mãe, os bifes que Ana Paula comprou já fatiados no super. Ficaram bem finos. Temperei com sal, molho ingles e pimenta preta moida na hora. Deixei de lado, me olhando. (A Cris, nossa gata, ficou olhando para eles tambem, e eu olhando a Cris: um triangulo de amor e desconfiaça; para pessoas que um dia viveram um amor, grande,médio ou mesmo pequeno, nada de novo nesse sentimento).
6º - Na água fervendo (como? apareceu agora, assim do nada? assim: em outra panela, coloquei água para ferver) coloquei uma massa fresca: fetutine. Quando ficou um pouco antes do al dente, escorri a água e coloquei azeite de oliva. Acrescentei o alho, o jamon e o brocolis, e tapei. As vezes, esqueço de mencionar o sal e outros ingredientes que dão sabor (pimenta, pimentão em pó) mas quando isso ocorrer fica sub-entendido entre as partes que eles estão presentes. Agora: nunca abusar do sal. A la una: porque faz mal para a saúde; a la duna: porque por se for preciso é fácil colocar em qualquer momento e se houver muito, retirar é impossível;  a la trina: esqueci.....
7º - Na frigeira onde estavam as cebolas douradas, juntei laminas de champignon Paris, com um molhe de tomate caseiro. Coloquei um copo de água quente  e vinho a gosto (inevitável: não é a marca do vinho  - Agosto - e nem o mes em que foi colocado; essa piada é nova!). Temperei com sal. Não deixei cozinhar muito para que os champignons ficassem ternos, sem passar. É o ponto do amor: terno mas quando passa, passa.
8ª – Quando começou meio que ferver, acrescentei meio copo de água em que desmanchei meia colher de sopa de farinha de trigo: para engrossar (Porque tudo meio? O "caminho do meio" corresponde à quarta nobre verdade do budismo e é baseado na moderação e na harmonia, sem cair em extremos. Assim, cuidado com os exageros: se por muita farinha, fica grosso demais. Hoje acertei a quantidade. Após: reservei.
9º - Na mesma frigideira espalhei um pouco de açucar e de canela e fritei os bifes, sem nada de óleo. Quando douraram de um lado, esperei um pouco  - nada mais do que um pouco - virei os bifes e logo acrescentei o molho com cebola e champignon.
10º - Quando comecei a fritar os bifes, acendi o fogo – brando - da panela com massa.

Pronto. Montei os pratos com a carne e a massa; por cima da carne um pouco de salsinha picada. Esqueci-me do pimentão vermelho que, se tivesse fritado em fatias finas, daria uma cor especial tanto à carne como a massa. Nota do Revisor: Da outra vez, lembrar-se do pimentão vermelho.

Servir e ficar esperando os elogios.

Vinho que acompanhou: um Borsao Tinto Selecion 2012. Custa € 4,25. O membro mais famoso da familia é o de 2011, que nas palavras de Robert Parker, é “Posiblemente el mejor vino tinto del mundo por su relación calidad precio”, e lhe deu 90 pontos. Pessoalmente, não acredito que Parker tenha dito isso, assim, em espanhol; se o disse, foi em inglês, I suppose... Comprei o 2012  pois não encontrei na Europa o 2011 para vender. É um garnacha nada de mais. 

Um comentário:

  1. Hum so de ler sinto agua na boca. Estou esperando pelo desenrolar da cronica, depois de servir e esperar os elogios .... ????

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