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Por Ana Paula Kwitko

sábado, 24 de novembro de 2012

HOME: LAR E CASA - Por Airton Kwitko



Fria madrugada, revi na TV daqui a “Laranja mecânica” do mestre Kubrick.
Num futuro indefinido, Alex (Malcolm McDowell), líder de uma gangue de delinquentes que matam, roubam  e estupram, invade uma residência onde mora um escritor.
As cenas dessa invasão iniciam com imagem de uma placa na entrada da residência:  “Home”.
“Home” significa casa ou lar. E essas palavras  não são sinônimos. Casa abriga; lar abriga e acolhe. Como conceituar “acolhe”? Minha leitora, por favor, abrace-se; sim, isso mesmo: abrace-se. Nesse momento você está se acolhendo. Se outras pessoas te abraçarem pode ser que elas te estejam acolhendo também.
Existem palavras que se definem por gestos: essa é uma delas. Lembro  de minha mãe definindo “fofo”: ela fazia assim com a mão, isso mesmo, minha leitora. Assim mesmo: “fofo” é definido pelo visual da mão.
Mas não era isso que eu queria falar...
A  “home” invadida pelo Alex e sua gangue era um lar; depois que ele se foi virou uma casa.

Fiquei pensando depois, na pós-madrugada: quantos  “Alex” nos invadem e transformam nosso lar em casa.... Ou pior:  quantos  vezes nos somos esses “Alex” para fazer a cruel transformação?

 

Um comentário:

  1. Muito bom ler o que escreveste. Pqp, estou num momento de revisão de onde quero morar, seguir nesta casa ou de fato me dar um lar (só pra mim)? Oh, duras desilusões que nos impulsionam a continuar a buscar la dolce vita...

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