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Por Ana Paula Kwitko

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

As horas de Marlon Brando


O figurino de um filme é de fundamental importância e reúne elementos essenciais para o êxito da narrativa. Além das roupas, acessórios como brincos, chapéus, bolsas e sapatos também fazem parte do figurino e estão presentes para reforçar a mensagem sugerida na obra. O estudo da história da indumentária demonstra a forte simbologia destes acessórios, com significados sociais que vão desde a distinção de classes à representação da sexualidade. Justamente desta rede simbólica que se vale um figurinista, pois seu trabalho é um mecanismo, uma técnica que se transforma em elementos de identificação de fundamental importância para o todo. Talvez por isso, qualquer erro, ainda que mínimo, pode ser fatal e destruir a chamada "suspensão da realidade" tão necessária para a sétima arte. E foi exatamente isto que aconteceu na adaptação da peça de Shakespeare, no histórico "Julio Cesar" (1953), do genial Mankiewicz, em que Marco Antônio, interpretado por Marlon Brando, foi ao funeral de César usando um relógio de pulso (!!!!). Erro imperdoável que passou batido aos olhos de toda equipe, inclusive do ator e que custou caro para a produção que precisou refilmar horas de trabalho perdido. É, parece que naquela ocasião Marlon Brando, com seu estupendo talento, esqueceu do mundo e, sobretudo, das horas.

Um comentário:

  1. Elaine Dottoriagosto 03, 2011

    Eh isso ai Ana!! gostei...eh muito comum esse
    tipo de coisa, erro de continuidade mata qq um. aff!! muito bem escrito, adorei!! bj

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