Se bem me lembro, conforme o famoso filósofo Descartes, a condição de pensar é o que nos difere como humanos. Hoje, com uma pequena atualização, eu diria, sem medo da crítica, que aquilo que nos qualifica como seres racionais é a capacidade de distinguir o sabor de uma perna de cordeiro vivo do assado na manteiga com ervas. A minha busca incansável por uma "boa pedida" gastronômica pode até ser interpretada como metáfora para uma fome de originalidade mais intensa. Pois, um prato bem preparado, que traz misturas que não brigam, saboroso e despretencioso, que dosa beleza e sabor sem frescura é, para mim, merecedor de ser requisitado e perseguido a exaustão. Me refiro, evidentemente, a todos que se colocam como "os bons" restaurantes, os que pagam pela publicidade, os que cavam notas em jornais e revistas, os que "se acham", digamos assim. Pois bem, ontem estive no famoso "Folha de Uva", um restaurante árabe bastante comentado aqui na terra da garoa. Com a máquina fotográfica na mão e o estômago cheio de ideias, fomos com nossa "brima" Soraia, felizes nos jogar (de boca) para mais uma experiência gastronômica. O triste é que ficamos só com as ideias vagas do que seria uma boa pedida para aplacar nossa fome moura. Trata-se de um restaurante pretensioso, com um buffet 'semvergonha' e uma carta de vinhos impraticável. Eu daria nota 5 para o lugar se, por ventura, estivesse localizado lá no Largo do Arouche, ou nas imediações da 25 de março, mas como não é o caso, prefiro pontuar o delicioso araque que saiu merecedor de um redondo 10. Aliás, sabe de onde veio a expressão "de araque" para tudo o que é falso?
Se alguém for ao "Folha de Uva" um dia, por favor, faça esta pergunta para o chef Samir Moysés, pois tenho certeza que ele é a pessoa mais indicada para responder esta questão.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
PELA GAROA - Restaurante Folha de Uva
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